Polícia Federal Busca Aumento Orçamentário e Ampliação de Efetivo

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, solicitou, em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Crime Organizado, que o Parlamento aprove um aumento de 38% no orçamento da instituição para o próximo ano. A sessão ocorreu nesta terça-feira, 18, no Senado. Adicionalmente, Rodrigues sugeriu duplicar o atual efetivo da Polícia Federal. Andrei comentou que todos os recursos disponíveis atualmente somam 1,8 bilhões de reais e defendeu que o valor deveria ser elevado para, pelo menos, 2,5 bilhões de reais. Esse incremento ajudaria no combate a facções criminosas, melhorando as condições de operação da Polícia Federal. ### Justificativa e estratégias O diretor-geral argumentou que o aumento do orçamento seria destinado à ampliação das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCOs), parcerias com forças estaduais para enfrentar milícias e facções. Esta foi a primeira audiência da CPI, originada após uma operação policial no Rio que resultou na morte de 121 pessoas. Prevê-se ainda ouvir autoridades e especialistas do setor. > "A ampliação dos recursos é essencial para melhorar nossa capacidade operacional contra organizações criminosas", defendeu Rodrigues. Durante a sessão, Andrei expressou preocupação com o Projeto de Lei Antifacção, em análise na Câmara, por possivelmente prejudicar a apreensão de bens ilícitos e o combate à lavagem de dinheiro no cenário digital. ### Efetivo e operações O efetivo atual da Polícia Federal, de 13 mil policiais, é considerado "diminuto" por Rodrigues, que destacou que apenas 2 mil são servidores administrativos. Existem planos para adicionar 2 mil policiais, que começarão a formação em breve. Ele insiste que dobrar o efetivo, atualmente autorizado em 15 mil, é fundamental para melhorar a eficiência. > Rodrigues afirmou, "Precisamos, em médio e longo prazo, do dobro de efetivo para responder adequadamente às demandas." Além das funções investigativas, a PF também controla armas, passaportes, substâncias químicas e segurança bancária, gerenciando 40 milhões de movimentos migratórios anuais. ### Desafios legislativos Rodrigues criticou o substitutivo do PL Antifacção, apontando que o texto propõe retirar recursos de fundos vitais, como o Funapol, o que traria prejuízos financeiros. Ele destacou riscos de conflitos jurídicos e processuais decorrentes do projeto. > "A retirada de fundos traria uma redução significativa nos recursos da Polícia Federal em um momento crítico", explicou o diretor. Outro ponto de debate foi a integração das polícias e a digitalização da economia, complicando o rastreamento de transações ilegais devido à ascensão de criptomoedas e fintechs. Rodrigues defende um avanço das instituições para acompanhar a evolução digital do crime.