
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, as penas para nove integrantes do Núcleo 3, condenados por envolvimento em uma trama golpista durante o governo de Jair Bolsonaro. As punições decretadas variam entre um ano e 11 meses em regime aberto até 24 anos de reclusão em regime fechado, dependendo do envolvimento de cada réu.
Os condenados podem ainda recorrer da decisão, o que retarda a execução das prisões. Dentre os responsabilizados, estão oito militares do Exército e um policial federal, todos unânimes na condenação pela corte. O grupo, conhecido como 'kids pretos', faz parte de um destacamento especial acusado de tentar sequestrar e matar figuras importantes como o ministro Alexandre de Moraes, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um plano armado em 2022.
Os crimes pelos quais foram condenados incluem participação em organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e outros delitos agravados pela violência. Márcio Nunes de Resende Júnior e Ronald Ferreira de Araújo Júnior tiveram suas infrações desqualificadas e foram sentenciados a penas em regime aberto, além de poderem negociar acordos com o Ministério Público.
O general Estevam Theofhilo foi absolvido por insuficiência de provas.
As demais penas imputadas foram: Hélio Ferreira Lima recebeu 24 anos de prisão; Rafael Martins de Oliveira, 21 anos; Rodrigo Bezerra de Azevedo, 21 anos; Wladimir Matos Soares, 21 anos; Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, 17 anos; Bernardo Romão Correa Netto, 17 anos; Fabrício Moreira de Bastos, 16 anos; Márcio Nunes de Resende Júnior, 3 anos e cinco meses; e Ronald Ferreira de Araújo Júnior, um ano e onze meses.
Todos os réus foram sentenciados a pagar, de forma solidária, 30 milhões de reais pelos danos causados no ataque de 8 de janeiro de 2023. As penalidades adicionais incluem inelegibilidade por oito anos. Os militares serão julgados na Justiça Militar para possível perda de cargo, e o policial federal corre o risco de perder seu posto no serviço público.
Essas ações só serão cumpridas após o trânsito em julgado do processo.
Até o momento, o STF já decidiu pela condenação de 24 réus ligados a diferentes núcleos da trama, incluindo outros sete do Núcleo 4 e mais oito do Núcleo 1, este último associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento do grupo 2 está agendado para iniciar em 9 de dezembro. Paulo Figueiredo, integrante do núcleo 5 e residente nos Estados Unidos, aguarda definição sobre seu processo.