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Brasil possui quase 10 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever

Mato Grosso do Sul, por sua vez, registra grandes avanços com programas de alfabetização

08/09/2023 às 09h27 Atualizada em 08/09/2023 às 13h27
Por: Redação Fonte: Metropolitana MS
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O analfabetismo é ainda mais prevalente entre a população preta ou parda. (Foto: Reprodução)
O analfabetismo é ainda mais prevalente entre a população preta ou parda. (Foto: Reprodução)

No Dia Mundial da Alfabetização, comemorado em 8 de setembro, o Brasil se depara com a realidade de que ainda existem quase 10 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever, de acordo com os dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de uma queda nos números, a persistência do analfabetismo no país continua sendo um desafio.

A maioria dos analfabetos é da região Nordeste do Brasil e pertence ao grupo de idosos. O analfabetismo é ainda mais prevalente entre a população preta ou parda, com uma taxa média nacional de 7,4%, mais do que o dobro da taxa entre pessoas brancas, que é de 3,4%. Entre os idosos pretos ou pardos, a taxa chega a 23%.

Além disso, uma pesquisa revelou outros dados educacionais significativos. Pela primeira vez, mais da metade da população de 25 anos ou mais concluiu pelo menos o ensino médio. No entanto, persiste a disparidade racial, com 71% dos jovens pretos ou pardos de 18 a 24 anos sem estudar ou concluir o nível superior, em comparação com 57% dos jovens brancos. A necessidade de trabalhar foi apontada como a principal razão para o abandono da escola por jovens com idades entre 14 e 29 anos.

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O analfabetismo não afeta apenas indivíduos, mas também tem sérias consequências para o país como um todo. A falta de educação formal limita as oportunidades de emprego e desenvolvimento econômico, contribui para a desigualdade social e dificulta a participação cívica plena.

 

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MS Alfabetiza

Em contrapartida aos desafios nacionais no combate ao analfabetismo, o estado de Mato Grosso do Sul está fazendo avanços notáveis com o programa “MS Alfabetiza - Todos pela Alfabetização da Criança”. O programa, uma iniciativa do Governo do Estado, visa auxiliar os municípios na alfabetização das crianças da rede pública de ensino e já entregou R$ 3,6 milhões em prêmios para reconhecer as melhores práticas e escolas destacadas.

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Atualmente, o programa atende 800 escolas e beneficia 112 mil estudantes em todos os municípios do estado. Lançado em 2021 e implementado no início de 2022 com adesão total dos municípios, o programa inclui ações de formação continuada, avaliações, acompanhamento de indicadores e cooperação entre o estado e os municípios, além da oferta de material didático complementar.

Com investimentos que somam quase R$ 5 milhões para aquisição de livros didáticos, custeio de avaliações e bolsas para formação de profissionais, o programa totaliza um investimento de R$ 8,3 milhões em 2023, incluindo os valores das premiações.

 

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Alfabetização Indígena

O estado, que abriga a segunda maior comunidade indígena do Brasil, com cerca de 80 mil indígenas, também está se destacando no campo da alfabetização indígena. O programa "Alfabetiza MS Indígena", uma extensão do programa MS Alfabetiza, está trabalhando na análise linguística de materiais didáticos para quatro línguas indígenas: Guarani, Kaiowá, Kadiwéu e Terena.

Essa iniciativa apoiará a importância da preservação da língua e da cultura indígena e visa apoiar as crianças do 1º e 2º ano do ensino fundamental, que estudam em unidades escolares indígenas, incluindo aldeias urbanas. Prevê-se que, a partir do ano letivo de 2024, o material para alfabetização estará disponível nas respectivas línguas maternas, contribuindo assim para a valorização e proteção das tradições dos povos originários de Mato Grosso do Sul.

 

Analfabetismo funcional

Apesar dos esforços significativos para vencer o analfabetismo no Brasil, outro desafio igualmente preocupante permanece: o analfabetismo funcional. Isso importa, considerando que se refere à habilidade limitada de compreender e usar a leitura e a escrita no dia a dia, continua afetando uma parcela significativa da população.

O analfabetismo funcional tem consequências profundas, já que limita a capacidade das pessoas de participarem plenamente na sociedade, no mercado de trabalho e no processo democrático. Portanto, o Brasil assumiu a tarefa não apenas de ensinar a ler e escrever, mas também de garantir que as habilidades de letramento sejam desenvolvidas para que todos possam ser cidadãos ativos e participativos.

 

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