Terça, 15 de Outubro de 2024
20°C 38°C
Três Lagoas, MS

Mulher estuda mais, trabalha mais e ganha menos do que o homem

Para pessoas pretas e pardas a remuneração é ainda menor

18/09/2023 às 15h19 Atualizada em 18/09/2023 às 15h33
Por: Fonte: Metropolitana MS
Compartilhe:
(Imagem ilustrativa)
(Imagem ilustrativa)

Hoje é Dia da Igualdade Salarial. Mas, afinal, temos o que comemorar? As mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens, combinando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Mesmo assim, e ainda contando com um nível educacional mais alto, elas ganham, em média, 78% do rendimento dos homens, segundo estudo de Estatísticas de Gênero, divulgado pelo IBGE.

 

Mais horas de trabalho, menor remuneração

Continua após a publicidade

Vários fatores contribuem para as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Por exemplo, em 2016, as mulheres dedicavam, em média, 18 horas semanais a cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, 73% a mais do que os homens (10,5 horas). 

Essa diferença chegava a 80% no Nordeste (19 contra 10,5). Isso explica, em parte, a proporção de mulheres ocupadas em trabalhos por tempo parcial, de até 30 horas semanais, sendo o dobro da de homens (28,2% das mulheres ocupadas, contra 14,1% dos homens).

Continua após a publicidade

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2012-2016. (Fonte: IBGE).

Mesmo trabalhando mais horas, a mulher segue ganhando menos. Apesar da diferença entre os rendimentos de homens e mulheres ter diminuído nos últimos anos, em 2016 elas ainda recebiam o equivalente a 76,5% dos rendimentos dos homens, hoje esse número é ainda maior, 78%. 

Continua após a publicidade

Uma combinação de fatores pode explicar essa diferença. Por exemplo, apenas 39,1% dos cargos gerenciais eram ocupados por mulheres; essa diferença aumentava com a faixa etária, indo de 43,1% de mulheres em cargos de chefia no grupo até 29 anos de idade até 31,8% no grupo de 60 anos ou mais.

Outros aspectos, como a segregação ocupacional e a discriminação salarial das mulheres no mercado de trabalho, podem contribuir para a diferença de rendimentos. Na categoria de ocupação com nível superior completo ou maior, a diferença era ainda mais evidente: as mulheres recebiam 63,4% do rendimento dos homens em 2016.

 

Mulheres têm maior escolarização

Em 2016, as mulheres de 15 a 17 anos de idade tinham frequência escolar líquida (proporção de pessoas que frequentam escola no nível de ensino adequado a sua faixa etária) de 73,5% para o ensino médio, contra 63,2% dos homens. Isso significa que 36,8% dos homens estavam em situação de atraso escolar. 


Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2012-2016. (Fonte: IBGE).

 

Na desagregação por cor ou raça, 30,7% das pretas ou pardas de 15 a 17 anos de idade apresentaram atraso escolar em relação ao ensino médio, face a 19,9% das mulheres brancas. Comparando gênero e cor ou raça, o atraso escolar das mulheres brancas estava mais distante do registrado entre os homens pretos ou pardos (42,7%).

Essa trajetória escolar desigual, relacionada a papéis de gênero e à entrada precoce dos homens no mercado de trabalho, faz com que as mulheres tenham um maior nível de instrução. Na faixa dos 25 a 44 anos de idade, 21,5% das mulheres tinham completado a graduação, contra 15,6% dos homens. 

Desagregando a população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo por cor ou raça, as mulheres brancas estão à frente, com 23,5%, seguidas pelos homens brancos, com 20,7%; bem abaixo estão as mulheres pretas ou pardas, com 10,4% e, por fim, os homens pretos ou pardos, com 7,0%

.

Plano Nacional de Igualdade Salarial

 O Governo Federal lançou, na última terça-feira (12), o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), instituído para criar o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens.

 O novo plano não irá abordar apenas o salário e outros tipos de remuneração, mas temas como condições e ambiente de trabalho; oportunidades de crescimento profissional e aspectos étnico-raciais.

 O objetivo do governo é propor metas e ações para promover a autonomia econômica das mulheres e a redução da pobreza. O grupo será coordenado pelo Ministério das Mulheres, com a participação de outros sete ministérios.

 O grupo terá duração de 180 dias, com a possibilidade de ser prorrogado por mais 180. Após a conclusão, o colegiado terá mais 30 dias para enviar a proposta à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários