Sexta, 31 de Outubro de 2025

Cerrado e Amazônia: queda histórica no desmatamento

Período de agosto de 2024 a julho de 2025 mostra diminuição contínua.

30/10/2025 às 19:39
Por: Redação

Amazônia e Cerrado registram queda no desmatamento

O desmatamento na Amazônia e no Cerrado apresentou uma diminuição entre agosto de 2024 e julho de 2025, conforme indicam dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No âmbito da Amazônia, a redução foi de 11,08% comparada com o período precedente, de agosto de 2023 a julho de 2024. No Cerrado, a diminuição registrada foi de 11,49%.

Na Amazônia, a área desmatada alcançou 5.796 km², representando a terceira menor taxa da série histórica iniciada em 1988 e marcando o terceiro ano consecutivo de queda.

Principais contribuições para o desmatamento na Amazônia vieram dos estados de Pará, Mato Grosso e Amazonas, juntos responsáveis por 80% do total desmatado.

Tocantins se destacou com a maior redução proporcional de 62%, atribuída à menor extensão florestal quando comparado com outros estados da Amazônia Legal. O Amapá apresentou uma queda de 42%, e Roraima, de 37%.

Rondônia registrou uma diminuição de 33%, enquanto o Acre viu uma queda de 27%, confirmando uma tendência desde 2021. No Maranhão, a redução foi de 26%, e no Amazonas, o índice caiu 16,93%.

“Mesmo com a diminuição do desmatamento, uma questão preocupante é o aumento da área degradada por processos progressivos, com grandes incêndios florestais que levam ao colapso da floresta”, comentou Cláudio Almeida, coordenador do Programa BiomasBR do Inpe.

Ele ressaltou um aumento de 25,05% no desmatamento em Mato Grosso, estado altamente impactado por incêndios.

Cerrado

Quanto ao Cerrado, a taxa oficial de desmatamento atingiu 7.235,27 km², refletindo uma queda de 11,49% em comparação ao período de agosto de 2023 a julho de 2024. Este é o segundo ano consecutivo de redução, após cinco anos de aumento.

Os dados do Prodes mostram que a maior parte do desmatamento ocorreu na área do Matopiba – região que inclui Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – que, somados, corresponderam a 78% do desmatamento no bioma.

Entre os maiores desmatadores estão o Maranhão, com 28% da área desmatada; Tocantins, com 21%; Piauí, com 19%; e a Bahia, com 11%.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que os números evidenciam o compromisso governamental com a meta de desmatamento zero até 2030.

“A queda no desmatamento da Amazônia pelo terceiro ano consecutivo e no Cerrado pelo segundo ciclo seguido confirma que a agenda ambiental é central na gestão do presidente Lula. Isso é crucial para que o país enfrente a mudança climática global, beneficiando diretamente a população brasileira, que já sofre os impactos do aquecimento global”, afirmou a ministra.

Conforme ela destacou, a proteção ambiental é essencial para que o Brasil alcance um desenvolvimento econômico sustentável.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o progresso nos mecanismos de monitoramento, que são fundamentais para as ações de prevenção e combate ao desmatamento.

“Esses resultados são reflexo da excelência do Inpe e do monitoramento preciso que realizamos, fornecendo dados fundamentais para as iniciativas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em uma parceria muito produtiva”, destacou.

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