Quarta, 19 de Novembro de 2025

Rioprevidência reafirma continuidade de pagamentos após crise no Banco Master

Autarquia assegura aposentadorias enquanto investiga impactos da liquidação bancária

18/11/2025 às 23:47
Por: Redação

O Rioprevidência, responsável pelo Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro, garantiu que os pagamentos de aposentadorias e pensões não serão afetados pela recente liquidação do Banco Master. A instituição investiu aproximadamente 960 milhões de reais no banco, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira, dia 18.

 

A administração do Rioprevidência é responsável por gerir os pagamentos a aposentados e pensionistas, enquanto a Secretaria de Fazenda se encarrega dos salários dos servidores ativos. A folha de pagamento estadual compreende 421.793 servidores, entre eles 177.925 ativos e 84.385 pensionistas, somando despesas de 3,2 bilhões de reais mensais, tal como ocorre com policiais e bombeiros, além de funcionários da Secretaria de Administração Penitenciária.

 

Esclarecimentos sobre investimentos

Em comunicado oficial, o Rioprevidência revelou que suas aplicações no Banco Master, realizadas entre outubro de 2023 e agosto de 2024, tinham vencimentos planejados para 2033 e 2034. O fundo rebateu informações de que o investimento superaria 2,6 bilhões de reais, justificando que tal número provém de um cálculo errôneo do Tribunal de Contas do Estado, já esclarecido em recurso.


"O montante relativo ao investimento que vem sendo equivocadamente veiculado se deve a um cálculo feito pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), já esclarecido pelo Rioprevidência", afirma a nota.


A autarquia amanhece em busca de alternativas, negociando a substituição das letras por precatórios federais. Na época do investimento, o Banco Master operava legalmente, ostentando uma avaliação de "grau de investimento" com rating "A-" pela agência Fitch Ratings, atestando sua solidez e credibilidade.

 

Repercussões e preocupações

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) manifestou apreensão quanto à gestão do fundo Rioprevidência, crítica a administrações irregulares e destacando sua implicação em vários escândalos. Eles mencionaram investigações recentes, como a CPI do Rioprevidência, que observa operações de crédito suspeitas, calculando possíveis prejuízos de 17 bilhões de reais.


O sindicato destaca que o fundo "visa sempre a má administração e gestão temerária, envolvido em denúncias e escândalos a respeito da malversação de suas verbas".


A crise bancária se intensificou com a prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, ocorrida no Aeroporto de Guarulhos. Essa prisão é parte da Operação Compliance Zero, que investiga falsificações de títulos de crédito dentro do sistema financeiro. Estima-se que tais fraudes tenham movimentado cerca de 12 bilhões de reais desde 2024, simulando operações de crédito falsas.

 

Desenvolvimentos no caso Banco Master

O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, reconhecido por sua política agressiva em captar recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do CDI. Já o grupo Fictor anunciou recentemente a intenção de adquirir o banco, mesmo em meio a dúvidas crescentes sobre suas operações com precatórios e a incapacidade de captar recursos por meio de títulos em dólares.


O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, estima que as fraudes podem ter movimentado cerca de 12 bilhões de reais.


Com o prosseguimento das investigações, as autoridades permanecem atentas aos desdobramentos, buscando estabilizar a situação financeira e assegurar os direitos daqueles protegidos pelo Rioprevidência.

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