Terça, 18 de Novembro de 2025

Economistas associam Selic alta à queda da atividade econômica

Taxa básica de juros a 15% afeta demanda e investimentos, dizem analistas

18/11/2025 às 20:57
Por: Redação

Economistas ouvidos pela Agência Brasil destacaram que a elevada taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada pelo Banco Central em 15% ao ano, tem tido um impacto negativo na atividade econômica do país. O Índice de Atividade Econômica apresentou uma queda de 0,2% em setembro em comparação com o mês anterior, reflexo direto dessa política monetária.

 

Este nível da Selic é o mais alto dos últimos 20 anos. Segundo Douglas Elmauer, professor de Economia e Direito do Mackenzie Alphaville, a retração está em linha com o contexto macroeconômico atual. Elmauer aponta que a alta dos juros afeta severamente o poder de compra das famílias e limita o consumo, mesmo que a inflação tenha dado certa trégua recentemente.

 

Impactos no consumo e investimento

Outro ponto levantado por Elmauer é a incerteza gerada pela política monetária dos Estados Unidos, que endurece as condições financeiras mundiais e influencia negativamente as expectativas empresariais. Euzébio Sousa, economista e pesquisador da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, reforça que a alta taxa de juros sistematicamente dificulta o desenvolvimento econômico.


“A mensagem do Banco Central com essas taxas tão elevadas é a necessidade de se reduzir a atividade econômica”, comenta Sousa.


Esse cenário leva a uma diminuição dos financiamentos para consumo, fazendo a demanda cair. A hesitação de empresários em investir e produzir também é intensificada pela falta de incentivos, resultando em menos financiamento para expansão de investimentos e menor geração de empregos.

 

Perspectivas para o próximo ano

Enquanto isso, a economista Daniela Cardoso considera que a queda de setembro é pontual e não representa um problema maior na economia. Segundo Cardoso, não há uma tendência ascendente que possa caracterizar essa queda como preocupante. Ela acredita que, no próximo ano, a tendência é que a Selic comece a declinar, possivelmente alcançando 12%, o que beneficiaria a redução da dívida pública e contribuiria para o equilíbrio fiscal.


“A queda registrada é menor que o acumulado de outros meses e não deve ser vista como um grande problema”, explica Cardoso.


Diante desse cenário, os analistas permanecem atentos às decisões do Banco Central e às influências externas, com a expectativa de que ajustes na política monetária possam trazer maior estabilidade econômica nos próximos anos.

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