Quarta, 19 de Novembro de 2025

Economistas apontam impacto negativo da alta da Selic na economia

Taxa de 15% ao ano, a mais alta em duas décadas, encarece crédito e afeta consumo

18/11/2025 às 22:19
Por: Redação

A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano pelo Banco Central, está sendo apontada por economistas como um fator negativo para a atividade econômica do Brasil. O índice, que se mantém no maior nível em 20 anos, está ligado à contração de 0,2% do Índice de Atividade Econômica registrado em setembro, quando comparado ao mês anterior.

 

O professor de Economia e Direito do Mackenzie Alphaville, Douglas Elmauer, destacou que essa retração está em consonância com o atual cenário macroeconômico. Segundo ele, a taxa de juros elevada impacta diretamente na compressão da demanda, elevando o custo do crédito, reduzindo o consumo e adiando investimentos. Isso também aperta o orçamento das famílias.

 

Alterações no consumo e investimentos

Elmauer apontou que, além dos juros elevados, a recuperação do poder de compra das famílias é limitada, em que pese o alívio inflacionário recente. Isso contribui para restrições no consumo em setores essenciais. Acrescenta ainda que as condições financeiras globais, influenciadas pela política monetária dos Estados Unidos, acrescentam incertezas e afetam as expectativas empresariais.


O economista Euzébio Sousa comentou que a alta da Selic reflete uma estratégia do Banco Central para restringir a atividade econômica de modo geral.


Para Sousa, a elevada taxa de juros não só reduz as possibilidades de financiamento para consumidores, mas também desestimula empresários na produção e investimento, além de restringir o crescimento do emprego. Esses fatores somados resultam em um impacto sistêmico na economia.

 

Perspectivas e desafios econômicos

Na visão da economista Daniela Cardoso, a queda observada em setembro é considerada pontual, não configurando um problema estrutural maior. Cardoso enfatiza que, sem uma continuidade ascendente no recuo, a situação não pode ser classificada como uma grande preocupação econômica para o país.


Cardoso projeta que a taxa de juros poderá começar a declinar no próximo ano. A perspectiva é de que ela caia para 12%, favorecendo a diminuição da dívida pública e promovendo o equilíbrio fiscal.


Os desdobramentos futuros dependerão de ajustes na política monetária e fiscal, além de possíveis mudanças nas condições globais. A expectativa é que uma redução na Selic possa reverter parte dos atuais impactos negativos, revitalizando o crescimento econômico de forma mais sustentável.

© Copyright 2025 - Três Lagoas News - Todos os direitos reservados