Sexta, 31 de Outubro de 2025

IML Identifica 100 Vítimas Operação Contenção

Processo de identificação esbarra em demandas por transparência e respostas às famílias.

30/10/2025 às 21:54
Por: Redação

O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro identificou 100 dos 121 óbitos ocorridos durante a Operação Contenção. Até o momento, todos os corpos passaram por necropsia, exame que determina causa e circunstâncias das mortes, mas os laudos finais devem ser divulgados dentro de 10 a 15 dias úteis.

Sessenta corpos já foram liberados para sepultamento. Essas informações foram confirmadas por deputados federais e estaduais que visitaram o IML da capital na tarde desta quinta-feira.

Os deputados solicitaram publicamente uma lista com os nomes dos mortos identificados. No entanto, segundo o deputado federal Henrique Vieira, a direção do IML declarou que isso é responsabilidade da Secretaria de Polícia Civil: “Se já tem um número de identificados e um número de liberados, por que isso ainda não é público? A única conclusão é que o Secretário de Polícia Civil ainda não autorizou”.

A deputada federal Talíria Petroni acrescentou: “E eles justificaram também que a operação foi parte de uma investigação e por isso eles não podem identificar os mortos. O que mostra que eles já têm uma pré-caracterização de quem são esses mortos, de que há o envolvimento deles em algum crime”.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para confirmar o número de corpos identificados e a ausência de uma listagem pública, mas ainda não obteve resposta.

A comitiva de parlamentares também requisitou que os familiares pudessem ver os corpos antes da retirada pelas funerárias. A deputada federal Jandira Feghali destacou um caso marcante: “O que mais nos chamou a atenção foi a história de um casal que teve o filho decapitado, cuja cabeça foi encontrada em cima de uma árvore e eles não estavam conseguindo entrar para reconhecer o corpo. Isso é um direito constitucional. O argumento dito é que o problema é de espaço físico e que a perícia é técnica, e que a identificação é por papiloscopia, por DNA ou por radiografia ortodôntica e a família só vai ver quando sair no caixão. Mas nós apelamos porque a dor das famílias é muito grande”.

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