Quinta, 30 de Outubro de 2025

Protesto no Rio Após Operação Policial com 100 Mortes

Moradores acusam governador de liderar ação fatal em comunidades carentes.

30/10/2025 às 13:10
Por: Redação

Segurança

Moradores dos Complexos do Alemão e da Penha se reuniram nesta quarta-feira (29) em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, para protestar. Eles acusaram o governador Claudio Castro de encabeçar "uma carnificina na operação policial" que resultou em mais de 100 mortes.

O grupo foi escoltado do Complexo da Penha até o Palácio Guanabara por policiais do Batalhão Tático Móvel da Polícia Militar.

Os manifestantes carregavam cartazes com frases como "estado genocida", "todas as vidas importam", "150 mortes por uma guerra política" e "Castro assassino". Além disso, várias bandeiras do Brasil manchadas de vermelho estavam presentes.

“Não é possível que esse governador não seja responsabilizado por tantas vidas. Ou nós já temos pena de morte no país? O que aconteceu dentro da comunidade foi um genocídio. Toda véspera de eleição, tem uma estratégia de entrar nas nossas comunidades, matar o nosso povo e causar o terror”, declarou Rute Sales, moradora da região e ativista negra.

Ela ainda afirmou: "Os corpos estão sendo usados politicamente. E os corpos que tombam são os nossos, do povo preto e do povo pobre. Não aguentamos mais."

O protesto aconteceu pouco antes de uma reunião entre o governador Castro e o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Durante esse encontro, anunciaram a criação de um escritório emergencial para combater o crime organizado, com foco em melhorar a integração entre os níveis federal e estadual.

A liderança desse escritório será compartilhada entre o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, e o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos.

Lewandowski mencionou que o governo federal ampliará o efetivo da Polícia Rodoviária Federal em 50 agentes para atuar nas estradas e reforçará os agentes de inteligência no estado. Também foram oferecidos peritos e vagas em presídios federais, caso o governo estadual necessite.

Mesmo com o elevado número de mortos, o tumulto na cidade e as acusações dos residentes da Penha e do Alemão de execuções e torturas, o governador Claudio Castro afirmou que a operação foi bem-sucedida. Segundo ele, as únicas vítimas fatais foram quatro policiais mortos em confronto.

Ele também declarou ter "desferido um duro golpe na criminalidade" e negou qualquer precipitação das forças de segurança.

© Copyright 2025 - Três Lagoas News - Todos os direitos reservados