Quinta, 30 de Outubro de 2025

Fórum de Segurança Pública critica megaoperação no Rio com mais de 120 mortos

Entidade aponta falhas e lamenta alto número de vítimas em Penha e Alemão

30/10/2025 às 12:49
Por: Redação
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma organização não governamental (ONG) especializada em segurança pública, manifestou sua reprovação à megaoperação conjunta das polícias civil e militar nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Esta ação resultou na morte de mais de 120 pessoas, incluindo 4 policiais, além da apreensão de 118 armas, a maioria fuzis, e 14 artefatos bélicos. O posicionamento da entidade foi divulgado em nota pública nesta quarta-feira (29).A nota do fórum ressalta que a organização é integrada por mais de 230 membros, entre policiais, pesquisadores e representantes de outras entidades da sociedade civil. O texto afirma: “Portanto, não falamos por sermos contra as instituições policiais, muito pelo contrário. Falamos por defendermos, de forma transparente, que segurança pública é um direito social universal e condição básica para o exercício da cidadania.”O fórum adicionou: “Sem coordenação federativa e investimentos massivos na interconexão entre investigação criminal e inteligência financeira de órgãos como Coaf [Conselho de Controle das Atividades Financeiras] e Receita Federal, com as forças policiais federais e estaduais, os mortos de ontem, muitos dos quais eram crianças em 2010 quando da última grande operação no Complexo do Alemão, serão rapidamente repostos pelo crime organizado, que não será afetado pela operação de ontem.”Para a entidade, o Comando Vermelho é reconhecido como uma das principais facções criminosas do país, representando “uma ameaça real ao Estado de Direito e precisa, sem dúvida nenhuma, ser enfrentado”. No entanto, o Fórum critica a forma como a operação foi conduzida.A declaração da organização aponta: “Ao que tudo indica, [a ação] foi conduzida pelo governo do Rio de Janeiro mais pelo viés político daqueles que propugnam o morticínio como prática na atividade policial, do que pela racionalidade técnica e pelo adequado planejamento estratégico e operacional”.A maneira como os corpos foram resgatados e tratados também foi alvo de críticas por parte da entidade. “Pior, foi a forma como dezenas de corpos foram deixados na mata próxima ao Complexo de Favelas, sem nenhuma ação para isolamento e preservação da cena de crime, é prova de que não houve a observância de regras básicas da legislação processual penal. Não é sobre ideologia, é sobre a observância da lei”, afirmou a nota.

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